Do ou de o
Flávia Neves
Professora de Português
No dia a dia, na linguagem falada, a tendência natural é usar sempre a forma contraída do. Há, contudo, situações onde pode ser usada a forma contraída do e situações onde deve ser privilegiado o uso sem a contração da preposição com o artigo, ficando de o.
Segundo a norma culta da língua, não ocorre a contração da preposição de antes de um sujeito com um verbo no infinitivo.
- Eu entrei antes do professor.
- Eu entrei antes de o professor entrar.
Quando usar de o?
Deverá ser usada a forma não contraída de o (ou de a) quando a preposição de estiver ligada não ao artigo, mas a um verbo no infinitivo.
Exemplos com de o:
- Apesar de o aluno sair da aula sem pedir, a professora não se importou.
- Apesar de a costureira ter terminado o vestido, Helena não o quis usar.
- O fato de o Pedro ser hiperativo muda tudo.
- Está na hora de o debate terminar.
- Eu cheguei antes de o diretor chegar.
Quando usar do?
Deverá ser usada a forma contraída do (ou da) quando a preposição de está ligada ao artigo definido o pelo sentido.
Exemplos com do:
- Apesar do seu mau humor, não consigo ficar chateada com você.
- Apesar do contratempo inicial, a festa foi um sucesso.
- Apesar da mentira que contou, todos desculparam a minha irmã.
Contrações da preposição de
A preposição de sofre contração com artigos definidos, artigos indefinidos, pronomes pessoais e pronomes de demonstrativos:
- de + o = do
- de + a = da
- de + uma = duma
- de + estes = destes
- de + isso = disso
- de + aquela = daquela
- …
As mesmas regras de uso das formas contraídas e não contraídas se aplicam com as diversas contrações da preposição de.
Exemplos sem contração:
- Apesar de isso ser importante, não falaremos sobre esse assunto.
- Apesar de este problema ter ficado resolvido, muitos outros ainda não estão.
- O fato de aquela pessoa ter conseguido não significa que todos conseguirão.
Exemplos com contração:
- Apesar disso, iremos ao encontro.
- Apesar deste inconveniente, confio que tudo ficará bem.
- Apesar daquela confusão, todos acabaram amigos.
Palavra relacionada: de.
Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto, em Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.
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