Existem diversas expressões e construções frásicas que são usadas no dia a dia de forma errada pela grande maioria dos falantes. Conhecer essas expressões erradas é uma boa forma de tentar evitar a sua utilização.
A forma correta é entre mim e ti. Com a preposição entre, deverão ser usados pronomes pessoais do caso oblíquo (mim e ti), estando errado o uso de pronomes pessoais do caso reto (eu e tu) com essa preposição.
A forma correta é nada de mais. Essa expressão indica que nada fora do normal aconteceu, ou seja, que nada foi feito acima do que é considerado normal e habitual.
As formas corretas são pode vir, vai vir, deve vir. As locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar (pode, vai, deve) e por um verbo principal (vir). Apenas os verbos auxiliares podem ser flexionados em pessoa, número, tempo e modo. Os verbos principais apenas aparecem conjugados no infinitivo, particípio ou gerúndio.
As formas corretas são: eu o vi, eu o ouvi, eu o chamei ou eu vi-o, eu ouvi-o, eu chamei-o. Nas expressões erradas, o pronome ele atua como objeto direto, complementando verbos transitivos diretos. Assim, não deverá ser usado o pronome pessoal reto ele, mas um pronome pessoal oblíquo átono relativo à 3.ª pessoa do singular que assuma a função de objeto direto: o, a.
A forma correta é nada a ver. Essa expressão é usada para indicar que duas ou mais coisas não estão relacionadas, que uma coisa não corresponde ou diz respeito a outra.
A forma correta é meio-dia e meia. O numeral meia sofre flexão em gênero para concordar com o substantivo feminino hora, uma vez que essa expressão indica a décima segunda hora do dia - o meio-dia, mais meia hora.
A forma correta é ela mesma fez. Embora com alguns sentidos a palavra mesmo seja invariável, no caso em questão aceita flexão em gênero e número, concordando com o sujeito gramatical. Isso acontece porque a palavra mesmo atua como um adjetivo, reforçando que se trata da pessoa referida através do pronome.
A forma correta é faz dois anos. Quando usado para indicar tempo decorrido, o verbo fazer atua como um verbo impessoal, sem sujeito, sendo conjugado apenas na 3.ª pessoa do singular: faz três horas, faz cinco dias, faz duas semanas, faz dez meses, faz quatro anos,…
A forma correta é para eu fazer. Quando o pronome pessoal assumir a função de sujeito, sendo seguido por um verbo no infinitivo, deverá ser usado um pronome pessoal reto (eu).
Apenas deverá ser usado um pronome pessoal oblíquo (mim) quando a expressão tiver a função de objeto indireto.
As formas corretas são se eu puser, se eu vir, se eu mantiver. As construções se eu… e quando eu… implicam o uso do futuro do subjuntivo e não do infinitivo. Indicam o desejo ou a possibilidade de que algo aconteça no futuro. Embora o futuro do subjuntivo e o infinitivo pessoal sejam equivalentes nos verbos regulares, tal não acontece em vários verbos irregulares, apresentando formas verbais diferentes nesses dois tempos verbais.
A forma mais correta é há dez anos. Embora frequentemente usada, inclusivamente por escritores renomados, esta expressão é considerada redundante. O advérbio atrás é desnecessário para indicar o passado, dado o verbo haver, conjugado como verbo impessoal, já indicar tempo decorrido.
As formas corretas são nós vamos, nós queremos, nós temos. Com o pronome pessoal reto nós, o verbo deverá ser conjugado na 1.ª pessoa do plural.
Também estão erradas as construções a gente vamos, a gente queremos e a gente temos, uma vez que com a locução a gente, o verbo deverá ser conjugado na 3.ª pessoa do singular. O correto é a gente vai, a gente quer e a gente tem.
As formas corretas são: ele te ama, ele me ama, ele te vê, ele me vê ou ele ama-te, ele ama-me, ele vê-te, ele vê-me. Esta errado o uso dos pronomes oblíquos tônicos mim e ti porque eles assumem a função de objeto indireto, sendo precedidos de preposições. Como o verbo amar e o verbo ver são transitivos diretos, deverão ser acompanhados de pronomes oblíquos átonos, que assumem a função de objeto direto: me, te, se, o, a, nos, vos, os, as.
A forma correta é daqui a pouco. A expressão daqui a indica algo que ainda não aconteceu, mas que começa agora, a partir deste momento e terá seguimento no futuro: daqui a pouco, daqui a nada, daqui a um ano, daqui a um mês, daqui a cinco dias,…
A forma verbal há, do verbo haver, é usada para indicar tempo decorrido, algo que aconteceu no passado.
A forma correta é sentar à mesa. Embora seja possível sentar na mesa, ou seja, em cima da mesa, essa expressão é erradamente utilizada para indicar o ato de se sentar próximo da mesa, normalmente em cadeiras ou bancos.
A forma correta é a fim de. Esta locução prepositiva é popularmente utilizada para indicar vontade e interesse em alguém ou alguma coisa. Pode ser usada também para indicar uma intenção ou finalidade.
A palavra afim também existe, atuando como adjetivo ou substantivo. Indica algo que é semelhante e tem afinidade, não devendo ser seguido da preposição de.
A forma correta é meio cansada. Nesta expressão, a palavra meio atua como um advérbio, sinônimo de um tanto, um pouco, não completamente. Sendo um advérbio, é invariável em gênero e número, mantendo-se sempre igual independentemente de se referir a uma palavra no feminino ou no plural.
A forma correta é de vez em quando. Esta locução adverbial de tempo indica que alguma coisa não ocorre com muita frequência, apenas ocasionalmente, de tempo em tempos.
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