As histórias em quadrinhos (HQs) são um gênero textual que usa uma sequência de quadros com imagens para contar uma história. Divulgadas em sites, jornais, gibis, revistas e livros, elas cativam leitores de todas as idades como uma forma de entretenimento envolvente.
Geralmente, a linguagem verbal é combinada com a linguagem visual nas HQs. Seus principais elementos incluem desenhos, balões de fala, requadros, onomatopeias e expressões dos personagens, que, juntos, tornam a leitura da história mais dinâmica.
A origem das histórias em quadrinhos remonta ao final do século 19, nos Estados Unidos. No Brasil, Ângelo Agostini ilustrou os primeiros quadrinhos em 1869, com a obra “As aventuras de Nhô Quim ou impressões de uma viagem à corte”.
Entretanto, a primeira revista a apresentar histórias completas no Brasil foi a Tico-Tico, lançada em 11 de outubro de 1905. Essa publicação conquistou rapidamente um grande público infantil, com vendas de até 100.000 exemplares por semana no ano seguinte ao seu lançamento.
Por mesclarem imagens e palavras, as HQs são textos ricos em elementos. Veja:
Agora, confira com detalhes os principais elementos e recursos usados nas histórias em quadrinhos.
Os balões indicam a fala ou o pensamento dos personagens, passando a sensação de que eles estão conversando exatamente no momento em que lemos. O formato de cada balão busca refletir o estado emocional dos personagens. Os principais e sua representação gráfica são:
Nos balões, pode haver palavras, desenhos, sinais de pontuação ou outros símbolos. Isso tudo ajuda a tornar as falas, expressões e gestos mais vivos e expressivos. Às vezes são usados retângulos acima dos personagens, em vez de balões.
O requadro é a moldura de cada quadrinho. Ele ajuda a passar emoções e sensações para o leitor na narrativa. Quando não há requadro, a ideia é dar a impressão de um espaço sem limites.
As legendas contêm a voz do narrador (uma voz exterior que conta a história). Normalmente, elas se apresentam dentro de um quadro ou retângulo, podendo variar de posição na página.
Sendo uma das principais características da HQ, as onomatopeias podem aparecer dentro ou fora dos balões. Elas representam os diferentes sons emitidos na narrativa. Veja exemplos:
Onomatopeia | Significado |
---|---|
atchim | espirro |
bang bang | tiro |
blem blem | badalada de sino |
booo | susto |
brrr | frio |
bzz | zumbido |
cabrum | trovão |
cof cof | tosse |
crash | batida |
Grrr | raiva |
plim | mágica |
ploft | queda de algo |
pow | soco |
ronc ronc | ronco |
smack | beijo |
Snif snif | choro ou fungadas de nariz |
tchibum | queda em água |
vrum vrum | motor de veículos |
vuuuuu | vento |
Zzz | dormir |
Os diversos tipos de letras são usados nos diálogos para mostrar diferentes maneiras de falar. Eles podem destacar alguma situação específica, como uma variação no tom de voz ou uma indignação.
A maioria das HQs possui uma estrutura tradicional, em que os quadrinhos são lidos da esquerda para a direita e de cima para baixo. Porém, existem histórias organizadas de forma diferente, levando o leitor a descobrir a ordem correta para a leitura do texto.
A narrativa das HQs se parece muito com a narrativa cinematográfica em relação aos enquadramentos, ângulos, cores, entre outros aspectos.
Existem vários tipos de HQ, que podem ser classificados de acordo com os temas que abordam: de super-heróis, de fantasia, ficção científica, terror, aventura, romance, policial, entre outros.
Enquanto as tiras de quadrinho apresentam uma história curta, as HQs publicadas em suportes como revistas e livros ocupam mais espaço e têm uma história mais complexa.
Observe exemplos de diferentes histórias em quadrinhos.
As histórias em quadrinhos ganharam grande popularidade no Brasil a partir de 1930. Confira alguns dos seus principais autores e obras.
Veja também:
Referências
ASSIS, L. M.; MARINHO, E. S. História em quadrinhos: um gênero para sala de aula. In: NASCIMENTO, L.; ASSIS, L.M.; OLIVEIRA, A.M. (Org.). Linguagem e ensino do texto: teoria e prática. São Paulo: Blücher, 2016. p.115-125.
COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de Gêneros Textuais. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.