Mandado ou mandato

Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de Português

Estas duas palavras existem na língua portuguesa e estão corretas. São palavras com significados diferentes, devendo ser usadas em situações diferentes. A palavra mandado, enquanto adjetivo, se refere a alguma coisa ou alguém que foi mandado, enviado ou que recebeu ordens. Enquanto substantivo comum masculino se refere a uma ordem judicial ou a um despacho administrativo. A palavra mandato, sendo um substantivo comum masculino, se refere a uma delegação de poderes, uma autorização que uma pessoa tem para agir em nome de outra. Na política, se refere ao período de duração de um cargo eleitoral.

As duas palavras têm como origem a palavra em latim mandatu. Mandado pode ser um adjetivo, um substantivo comum masculino ou o particípio do verbo mandar. Mandato é um substantivo comum masculino.

Exemplos – mandado

  • A polícia emitiu um mandado de captura do assaltante. (substantivo)
  • O juiz exigiu que o réu cumprisse o mandado de prisão. (substantivo)
  • Minha irmã tem mandado em mim desde que eu era pequena. (particípio)
  • Aquele funcionário é bem-mandado. (adjetivo)

Exemplos – mandato:

  • Está terminando o mandato do presidente da república.
  • Os políticos terão que cumprir um mandato de quatro anos.

As palavras mandado e mandato são escritas de forma parecida e são pronunciadas de forma parecida, mas seus significados são diferentes. A este tipo de palavras chamamos palavras parônimas. Na língua portuguesa, existem diversas palavras parônimas: mandado/mandato, aferir/auferir, imergir/emergir, diferido/deferido, discriminar/descriminar, iminente/eminente, retificar/ratificar, entre outras.

Atenção!
Alguns dicionários defendem que mandato e mandado são palavras sinônimas em alguns de seus significados. Esta situação não é, contudo, unanimemente aceita, sendo a divisão de significados acima explicada a ainda considerada mais correta e utilizada pelos falantes da língua, principalmente em linguagem jurídica.

Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto, em Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.

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