Risco de vida ou risco de morte

Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de Português

As duas expressões são corretas e sinônimas. Embora formadas por palavras antônimas (vida e morte) possuem a mesma intenção comunicativa, indicando que alguém se encontra numa situação de perigo que pode ocasionar sua morte. Podemos verificar o uso das duas expressões na literatura e na comunicação social. São também sinônimas das expressões perigo de vida e perigo de morte.  

Exemplos:

  • Meus filhos correm risco de vida.
  • Meus filhos correm risco de morte.
  • Mesmo com risco de vida, submeteu-se à intervenção cirúrgica.
  • Mesmo com risco de morte, submeteu-se à intervenção cirúrgica.

A expressão risco de vida foi durante muito tempo considerada a mais correta. Foi contestada por haver incoerência a nível semântico, passando assim a ser utilizada, por alguns, a expressão risco de morte. Contudo, estando consagrada pelo uso, é ainda a expressão preferida e mais utilizada pelos falantes.

Esta expressão transmite a ideia de se pôr a vida em perigo, ou seja, correr o risco de perder a vida. Ocorre uma elipse nesta expressão, visto as palavras de perder se encontrarem omissas, sendo apenas subentendidas pelo contexto.

Os defensores da expressão risco de morte estabelecem um paralelismo com outras expressões em que há riscos ou perigos, como risco de infecção, risco de queda, risco de afogamento, risco de asfixia,… Essa expressão permite também que a palavra morte venha adjetivada.

Exemplos:

  • Quem fuma corre risco de morte prematura.
  • Até que idade existe o risco de morte súbita?

 

Flávia Neves
Flávia Neves
Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto, em Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.

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